Zuckerberg critica supostos “tribunais secretos” em países latino-americanos

Zuckerberg critica supostos “tribunais secretos” em países latino-americanos

Mark Zuckerberg, fundador da Meta e dois dos rostos mais proeminentes do setor tecnológico, fez acusações controversas neste terceiro trimestre, declarando que os países latino-americanos têm “tribunais secretos” capazes de ordenar a remoção discreta de publicações nas redes sociais. Apesar da gravidade da acusação, o empregador não apresenta provas que sustentem as suas alegações, nem fornece exemplos específicos destas alegações.

Em vídeo divulgado em suas redes sociais, Zuckerberg afirmou:

“Os países latino-americanos têm tribunas secretas onde podemos ordenar às empresas que destruam coisas silenciosamente.”

A declaração tem repercussão imediata, repercutindo críticas e questionamentos de especialistas e usuários de plataformas controladas pela Meta, que inclui Facebook, Instagram e WhatsApp. No entanto, o executivo não detalha quais países estariam envolvidos nem como funcionarão esses supostos tribunais.

Censura e liberdade de expressão

A questão da censura foi dois pontos centrais no vídeo de Zuckerberg. Também na América Latina, o empresário concentra sua atenção em outras regiões do mundo. Ele acusou a China de impor restrições severas aos aplicativos, impedindo muitos deles de operar no país.

“A China está censurando aplicativos até mesmo no país”, afirmou.

Em relação à Europa, Zuckerberg destacou o que considera um cenário preocupante para a inovação tecnológica:

“Há um número crescente de leis que institucionalizam a censura e dificultam a construção de algo inovador.”

Estas declarações fazem parte de um movimento mais amplo do CEO em defesa do desafio de “voltar às raízes da liberdade de expressão” nas plataformas Meta.

Por favor, verifique os detalhes nos EUA

As declarações de Zuckerberg ocorreram no contexto de um anúncio significativo: a Meta decidiu encerrar seu programa de triagem de dados nos Estados Unidos. Segundo o empresário, a iniciativa será substituída por um modelo de “Community Notes”, semelhante ao sistema utilizado pelo X, antiga plataforma do Twitter, de propriedade de Elon Musk.

No vídeo, Zuckerberg justificou a mudança afirmando que o programa de checagem de fatos, antes destinado a combater a disseminação de informações falsas, acabou se tornando uma ferramenta de censura.

“Os especialistas, como todos, têm inclinações e perspectivas próprias. “É evidente nas escolas que algumas pessoas se concentram em como verificar os fatos… Um programa que muitas vezes pretendia informar tornou-se uma ferramenta de censura”, disse o executivo.

O Meta, que já enfrentou críticas de grupos que o acusam de não fazer o suficiente para combater a desinformação e daqueles que denunciam alegadas práticas de censura, procura agora adoptar uma abordagem mais descentralizada, contando com o julgamento dos seus próprios utilizadores para validar a veracidade do contido.

Repercussões e críticas

As acusações de Zuckerberg de “tribunais secretos” e censura global rapidamente se tornaram um tema de debate. Enquanto alguns apoiantes empresariais elogiam a sua posição em defesa da liberdade de expressão, outros apontam a falta de transparência e de provas nas suas declarações como um problema.

Especialistas em política e governança digital questionam a real intenção por trás das declarações, sugerindo que elas poderiam ser uma estratégia para desviar a atenção das críticas enfrentadas pela Meta em diferentes partes do mundo. Nos últimos anos, a empresa tem estado sob escrutínio por questões relacionadas com privacidade, desinformação e monopólio de mercado.

Além disso, as acusações sobre a suposta existência de “tribunas secretas” na América Latina levantam preocupações sobre a relação entre governos e grandes empresas de tecnologia. No entanto, sem provas concretas, muitos consideram estas declarações especulativas e exageradas.

Um novo capítulo para Meta?

A decisão da Meta de bloquear a verificação de dados nos Estados Unidos marca uma virada nas estratégias da empresa. Ao optar por um sistema mais colaborativo, semelhante ao que Elon Musk implementou no X, Zuckerberg parece estar tentando reposicionar sua empresa num cenário onde a liberdade de expressão é frequentemente debatida.

De qualquer forma, esta mudança não está cheia de desafios. Os críticos alertam que a ausência de um mecanismo de verificação robusto pode abrir espaço para o aumento da disseminação de informações falsas, especialmente em períodos eleitorais ou crises globais.

Enquanto isso, as declarações de Zuckerberg sobre a censura global e as “tribunas secretas” continuam a ser ouvidas. Na ausência de evidências ou explicações adicionais, permanecem envolvidos em polêmicas, alimentando mais dúvidas sobre as respostas a respeito do cenário atual das redes sociais e sua relação com governos ao redor do mundo.

By Pedro A. Silva