Num movimento histórico, 81 nações se unirão para combater a pobreza no mundo, através de uma iniciativa liderada pelo presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. O projeto, apresentado na cúpula do G20 no Rio de Janeiro, visa erradicar o crime até 2030, enfrentando o que Lula chamou de “um flagelo que envergonha a humanidade”.
A proposta teve amplo apoio dos países do G20, mas ainda enfrenta desafios, como a ausência da Argentina, liderada por Javier Milei, que ainda não adere à aliança. Estão em curso negociações para garantir a participação do país. Em dois países signatários, a iniciativa conta com o apoio de 66 organizações internacionais, incluindo a União Europeia e a União Africana, empenhadas em reduzir as desigualdades e garantir a segurança alimentar para os próximos seis anos.
O desafio global dá fome
Dados recentes da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) mostram a gravidade do problema: em 2023, cerca de 733 milhões de pessoas viverão na mesma situação, o que representa 9% da população mundial. Para enfrentar esta realidade, a aliança procura mobilizar recursos financeiros e replicar programas locais que já aconteceram em escala global.
O projeto extrapola o âmbito do G20, envolvendo países e organizações internacionais num esforço conjunto. Entre as medidas previstas estão programas de transferência de renda e ampliação da alimentação escolar para crianças em situação de vulnerabilidade.
Compromissos concretos e financiamento
O Ministro do Desenvolvimento Social do Brasil, Wellington Dias, destacou que erradicar a fome é uma busca política, e não custódia. O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) anunciou um financiamento de 25 bilhões de dólares (142,5 bilhões de reais) para apoiar os programas da aliança entre 2025 e 2030.
A iniciativa visa beneficiar 500 milhões de pessoas em países de baixo e médio rendimento, garantindo ao mesmo tempo material escolar de alta qualidade para 150 milhões de crianças em países com elevadas taxas de pobreza infantil. Alguns países começaram a avançar: a Nigéria, por exemplo, planeia duplicar o âmbito do seu programa de alimentação escolar, passando de 10 para 20 milhões de crianças. A Indonésia lançará um programa de alimentação escolar gratuita em Janeiro de 2025, com o objectivo de servir 78,3 milhões de crianças até 2029.
A luta pessoal de Lula contra a fome
Para Lula, essa luta contra a fome também é uma busca popular. Ele mesmo enfrentou a fome durante sua infância no Nordeste do Brasil. Como presidente em mandatos anteriores, seus programas sociais, como o Bolsa Família, tiraram milhares de brasileiros da pobreza. No entanto, o actual clima económico apresenta novos desafios, tais como restrições regulamentares mais rigorosas, em contraste com o período de expansão das matérias-primas que marcou as suas administrações anteriores.
Apesar das dificuldades, o compromisso do Brasil com a aliança global continua firme. A erradicação deste problema dependerá da implementação eficaz dos programas e da continuidade da política entre os países participantes.
À medida que o mundo nos acompanha, esperamos que esta iniciativa global consiga fazer progressos significativos na luta contra as formas de pobreza, transformando a vida de milhões de pessoas até 2030.