O Fatah, um partido liderado pelo presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, e o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) concordaram em criar um comité conjunto para coordenar os esforços de Gaza quando a guerra terminar. Ofensiva militar israelense, não enclave. Este documento, compilado pela agência palestiniana Maan, centra-se na criação de uma organização civil com o objectivo de responder às necessidades dos palestinianos e reforçar a unidade política entre Gaza, a Cisjordânia e Jerusalém Oriental.
O acordo, que se estende por duas páginas, incluía compromissos para formar um “comité civil profissional” encarregado de gerir os assuntos internos de Gaza. O principal objectivo deste comité seria abordar as preocupações locais, sem abordar as autoridades da Autoridade Palestiniana, actualmente chefiada por Mohamed Mustafa. Além disso, o documento estabelece seis princípios fundamentais, incluindo a preservação da integridade territorial do Estado Palestiniano, definida ao abrigo das fronteiras de 1967, e um compromisso de não permitir que a criação deste comité conduza a uma separação política de Gaza de outros territórios palestinianos. Territórios.
Em segundo lugar, o comité será composto por pessoas “qualificadas e competentes”, cujo objectivo será garantir uma gestão eficaz em áreas-chave como sistemas de saúde e educação, ajuda humanitária e reconstrução de enclaves. Além disso, especifica-se que este órgão trabalhará em coordenação com as autoridades locais de Gaza, sempre com o objectivo de beneficiar a população palestiniana.
Um mandato temporário e eleições como solução futura
O acordo estabelece que este comité será temporário e funcionará em Gaza até que desapareçam as circunstâncias que surgiram na sua formação. Alternativamente, a comissão dissolverá as suas funções se forem realizadas eleições ou se uma nova fórmula política for acordada para substituir o seu mandato. Este compromisso reflecte anos de negociações entre a Fatah e o Hamas, marcados por tentativas falhadas de reconciliação política e de reunificação da liderança palestiniana.
O pacto foi assassinado no Egito, a meio caminho do Cairo, que desempenhou um papel fundamental como facilitador das conversações entre o Fatah e o Hamas. O próximo passo para implementar este acordo será a emissão de um decreto oficial por Mahmoud Abbas, que deverá ser promulgado pela formação do comité. Segundo documento, este órgão será composto por entre 10 e 15 pessoas selecionadas pela sua honestidade, experiência e transparência.
O contexto do acordo: o conflito em Gaza e a mídia egípcia
O entendimento entre o Fatah e o Hamas reflecte uma ofensiva israelita em Gaza, iniciada após os ataques de 7 de Outubro de 2023, levados a cabo pelo Hamas e outros grupos palestinianos. Esses ataques deixaram 1.200 mortos e quase 250 pessoas sequestradas. Em resposta, Israel lançou uma campanha militar contra o enclave com o objectivo explícito de desmantelar o Hamas, que considera uma ameaça existencial.
O Egipto tem desempenhado um papel central nas negociações entre as partes, procurando não só uma solução política interna entre o Fatah e o Hamas, mas também um progresso sem sentido num cessar-fogo entre Israel e Gaza. O ministro egípcio dos Negócios Estrangeiros, Sameh Shoukry, confirmou que delegações de ambos os grupos palestinianos viajarão ao Cairo para participar em conversações destinadas a formalizar ou reconfirmar o comité de gestão sob o controlo da Autoridade Palestiniana.
A devastação em Gaza: um número alarmante de vítimas humanas
A ofensiva militar israelita teve um impacto devastador em Gaza. Segundo relatórios das autoridades locais controladas pelo Hamas, mais de 44.400 palestinianos morreram desde o início do conflito. Além disso, perto de 800 palestinianos perderão a vida na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental como resultado de confrontos com as forças israelitas e de ataques de colonos.
No norte de Gaza, a situação humanitária é particularmente crítica. A Defesa Civil de Gaza informou que ainda existem centenas de corpos presos nos escombros de dois edifícios destruídos durante os bombardeamentos israelitas. Segundo o porta-voz da organização, Mahmud Basal, mais de 70% das vítimas nesta região não foram recuperadas devido à magnitude da destruição. “Continuamos a receber chamadas de cidadãos que afirmam estar vivos debaixo dos escombros”, disse Basal, que apelou à intervenção urgente da comunidade internacional para evitar que estas pessoas morram antes de serem resgatadas.
A organização destacou ainda que o número de feridos não recuperados pode ultrapassar os 10.000, um número alarmante que aumentou recentemente devido aos intensos ataques em áreas como Beit Lahiya, Jabalia e Beit Hanun, a norte do enclave. Nesta região, os bombardeamentos causaram mais de 3.700 mortes, enquanto a população civil enfrenta uma crise humanitária sem precedentes.
Reações e tensões internacionais em Israel
Com o objetivo de criar um comitê gestor conjunto com opiniões diversas na região. Por um lado, o Egipto e outros mediadores internacionais vêem este acordo como um progresso sem sentido na reconciliação interna palestiniana e uma possível solução para melhorar o processo de Gaza. Por outro lado, o governo israelense não comentou oficialmente o documento obtido entre o Fatah e o Hamas. No entanto, a possibilidade de o Hamas participar em qualquer mecanismo de gestão em Gaza poderá gerar uma forte oposição dentro do executivo israelita, onde alguns ministros também levantarão a necessidade de manter um controlo rigoroso sobre o enclave.
Israel deixou claro que um dos dois objectivos da sua ofensiva é a eliminação do Hamas como actor político e militar em Gaza. Qualquer acordo que implique a sua participação na administração do território poderá ser visto como um obstáculo a este objectivo, complicando ainda mais as perspectivas de um cessar-fogo ou de uma solução política a longo prazo.
Um futuro incerto para Gaza e a reconciliação palestiniana
O acordo entre a Fatah e o Hamas representa um avanço significativo nos nossos esforços para resolver a divisão política que marca a Palestina há anos. No entanto, a sua implementação dependerá de numerosos factores, incluindo a capacidade de ambas as partes superarem as suas diferenças históricas e trabalharem em benefício da população palestiniana. Além disso, o contexto do conflito em Gaza e as tensões com Israel continuarão a ser grandes desafios para qualquer tentativa de estabilização na região.
Entretanto, a situação humanitária em Gaza continua a deteriorar-se, com milhares de mortos e feridos e uma população civil envolvida na violência. A comunidade internacional enfrenta pressão para agir urgentemente para aliviar o sofrimento dos palestinianos e promover soluções políticas que conduzam à paz e à reconstrução.
O acordo assassinado no Egipto, embora de âmbito limitado, poderá ser o primeiro passo para a reunificação política palestiniana e uma melhor administração em Gaza. No entanto, o caminho para uma solução a longo prazo permanece incerto, marcado por tensões internas, interesses conflituantes e uma crise humanitária que exige uma resposta imediata.