A economia argentina apresenta sinais consistentes de recuperação, com o resultado a marcar o décimo excedente fiscal primário consecutivo. Este progresso reflecte os esforços do país para estabilizar as suas finanças e recuperar a sua credibilidade internacional.
Ao final, foi registrado um superávit fiscal primário de 747 bilhões de pesos (equivalente a US$ 131 milhões). Este resultado representa uma mudança significativa em relação ao défice de 330 mil milhões de pesos registado no ano anterior. Esta tendência positiva não é isolada, mas faz parte de uma trajetória mais ampla de bondade financeira.
Entre janeiro e outubro de 2024, a Argentina acumulou superávit primário de 10,3 trilhões de pesos (US$ 1,8 bilhão), uma evolução notável em comparação ao déficit de 2,9 trilhões de pesos no mesmo período de 2023. Quando incluídos Pagamentos relacionados ao serviço dividido, ou O superávit financeiro total atingiu 2,9 trilhões de pesos (US$ 509 milhões).
O Ministro da Economia, Luis Caputo, destacou que o sector público registou um excedente financeiro equivalente a 0,5% do PIB nos primeiros dez meses do ano. Este desempenho é atribuído ao rigoroso plano de ajustamento fiscal adotado pelo Presidente Javier Milei em dezembro de 2023.
Os planos do governo para 2025 são igualmente ambiciosos: projetam um excedente primário de 1,5% do PIB até ao final de 2024, com objetivo de um saldo positivo de 1,3% do PIB para o ano seguinte. Estas metas reforçam o compromisso da administração com a responsabilidade fiscal.
Como resultado destas boas notícias, a agência de classificação de risco Fitch Ratings elevou a nota dividida de longo prazo da Argentina em moeda estrangeira de “CC” para “CCC”. A classificação da dívida em moeda local também foi revisada para cima, passando de “CCC-” para “CCC”. A decisão reflecte um aumento da confiança na capacidade do governo argentino de cumprir as suas obrigações financeiras sem sofrer reestruturação.
Esta combinação de ajustamento fiscal e melhoria da classificação de crédito pode fortalecer a posição da Argentina nos mercados financeiros globais, bem como atrair novos investimentos estrangeiros. No entanto, permanecem desafios significativos, especialmente no que diz respeito ao petróleo interno das reformas económicas. O governo precisa de equilibrar a austeridade fiscal com as exigências sociais, especialmente no contexto de sectores que tradicionalmente dependem de maiores gastos públicos.
Os próximos meses serão decisivos para determinar se esta trajetória positiva será sustentada e se os avanços económicos se refletirão em benefícios concretos para a população argentina.